Gilbert Vera*, Chase Lisa
A morbilidade e a morte por cancro do pulmão têm-se mantido elevadas nos últimos anos, apesar da melhoria significativa na investigação sobre o cancro do pulmão. Como resultado, uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos moleculares subjacentes à patogénese e a identificação de novas técnicas terapêuticas de grande sucesso estarão em breve disponíveis na investigação do cancro do pulmão. A aplicação de um modelo pré-clínico eficaz e fiável seria uma delas e seria uma etapa crucial ao longo de todo o procedimento. Devido à ausência de um microambiente tumoral ou à heterogeneidade tumoral, os modelos 2D tradicionais utilizados na investigação do cancro do pulmão, como as linhas celulares de cancro do pulmão e os modelos de xenoenxerto derivados de células, não conseguem representar com precisão as condições dos doentes. As construções in vitro 3D recém-criadas, denominadas organoides, imitam com maior precisão a estrutura, a função e a genética dos órgãos humanos. Os organoides cancerígenos, particularmente aqueles produzidos a partir de doentes específicos, podem assemelhar-se mais aos tecidos tumorais reais e, portanto, têm um maior potencial para gerar avanços na investigação do cancro no futuro. Aqui, focamo-nos principalmente nos desenvolvimentos recentes nos métodos e utilizações de organoides para o cancro do pulmão, que ainda estão numa fase inicial de desenvolvimento, mas têm um enorme potencial.