Marcos Marinho
Embora a quimioterapia neoadjuvante seja utilizada de rotina no tratamento de uma variedade de tumores sólidos, ainda está pouco estudada no tratamento do cancro do cólon localmente avançado. O tratamento precoce da doença micrometastásica, a capacidade de reduzir a carga local da doença, levando potencialmente a ressecções mais eficazes, e a maior tolerância ao tratamento são vantagens desta técnica extrapoladas de outras localizações da doença. Grandes ensaios clínicos randomizados estão a investigar abordagens para um estadiamento preciso e administração segura do tratamento sistémico, mas os dados disponíveis não são suficientemente maduros ou não demonstraram um argumento convincente para adoção na prática padrão, necessitando de mais investigação. Embora a ressecção cirúrgica seja comummente utilizada para tratar o cancro do cólon em fase inicial, nem todos os doentes atingem uma remissão a longo prazo. A quimioterapia adjuvante com fluoropirimidina, com ou sem oxaliplatina, é frequentemente utilizada para melhorar as taxas de cura, mas a sua eficácia na situação neoadjuvante é desconhecida. A quimioterapia pré-operatória demonstrou ser segura e eficaz em vários cancros gastrointestinais, mas há escassez de evidências de grandes ensaios prospectivos randomizados, apesar de vários estarem em curso. Os riscos e benefícios teóricos, os desafios logísticos e as evidências disponíveis de segurança e eficácia relevantes para a utilização da quimioterapia no cancro do cólon localmente avançado serão discutidos neste estudo.