Cassandra L. Furr, M. Nawal Lutfiyya, Taylor J. Hill, Matthew P. Rioux, Kristina A. Dittrich, John T. Grygelko, Catherine J. Kucharyski, Krista L. Rouse
Antecedentes: Este estudo compara os défices dos serviços de saúde (HSDs) experimentados por adultos norte-americanos com doenças crónicas com os seus homólogos canadianos. Este estudo foi realizado para verificar se existiam diferenças entre as duas populações, dadas as diferenças nos sistemas de saúde. Além disso, esta comparação permite uma avaliação parcial do impacto que a Lei dos Cuidados Acessíveis dos EUA pode ter na prevalência de HSDs em adultos norte-americanos com pelo menos uma doença crónica (asma, diabetes, artrite, DPOC).
Métodos: Foram utilizadas técnicas bivariadas e multivariadas para analisar os dados de vigilância sanitária dos EUA e do Canadá, de forma a comparar a prevalência de HSDs e determinar as características dos adultos com doenças crónicas que têm HSDs.
Resultados: A análise de regressão logística multivariada usando HSDs como variável dependente e ajustando-se mutuamente para cada uma das covariáveis do estudo, rendeu que, para as populações do estudo, não-caucasianos ou minorias visíveis, aqueles com menos de 65 anos de idade, aqueles com um rendimento familiar anual de < 50.000 dólares, e aqueles que definiam a sua saúde como razoável ou má tinham maiores probabilidades de ter pelo menos um HSD. Ao contrário da população canadiana, a população dos EUA tinha também maiores probabilidades de ser do sexo masculino e de não ter um diploma universitário.
Conclusões: Utilizando o Canadá como proxy, conseguimos comparar a prevalência de HSDs entre uma população com e sem seguro de saúde universal. As nossas análises revelaram uma menor prevalência de HSDs entre os adultos canadianos com pelo menos uma doença crónica, sugerindo que a Lei de Cuidados Acessíveis dos EUA de 2010 pode, ao longo do tempo, resultar numa redução de HSDs na população comparável dos EUA.